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Brigade Docs

Guia de Scripting

Este guia explica os fundamentos de como criar e estruturar scripts no Brigade, que podem ser escritos em uma destas linguagens: JavaScript (brigade.js) ou TypeScript (brigade.ts).

Scripts, Projetos e Repositórios no Brigade

Na sua essência, o script do Brigade é simplesmente um arquivo JavaScript (ou TypeScript) definido pelo projeto, que o Brigade executa no contexto de uma worker para manipular eventos que o projeto subscreveu.

Os scripts do Brigade podem ser embutidos na definição do projeto ou em um git repository que o projeto referencia. Nós vemos estes scripts como um tipo de orquestrador de shell scripts, O script apenas conecta vários outros programas.

Este documento irá lhe guiar através de exemplos de projetos aonde os scripts vão gradualmente aumentando de complexidade.

Preparação

Para continuar, você irá precisar ter acesso ao servidor de API do Brigade e fazer o logon usando a linha de comando CLI brig. Leia o Início Rápido se você ainda não fez isso.

Então, cada exemplo de projeto pode ser criado desta forma:

$ brig project create -f examples/<project>/project.yaml

Vamos começar!

Um Script básico do Brigade

Este é um script básico brigade.js que apenas envia uma mensagem para o log:

console.log("Hello, World!");

01-hello-world

Primeiramente, vamos criar o projeto exemplo:

$ brig project create --file examples/01-hello-world/project.yaml

Created project "hello-world".

O projeto subscreve para um evento, o evento exec gerado pelo comando brig event create. Os eventos que um projeto subscreve são configurados na seção eventSubscriptions do arquivo de configuração(e.g. project.yaml).

Próximo passo, vamos disparar a execução do script denifido no projeto através da criação de um evento deste tipo:

$ brig event create --project hello-world --follow

Created event "261229dc-1140-4f6a-bf91-bd2a69f31721".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-20T22:15:12.047Z INFO: brigade-worker version: a398ba8-dirty
Hello, World!

Esse exemplo incondicionalmente loga “Hello, World!” como resposta para qualquer evento que o projeto subscreveu(embora, como mencionado, o projeto apenas subscreveu para um evento). É mais comum incorporar manipuladores de eventos para manipular eventos específicos de formas diferentes.

Eventos do Brigade e Manipuladores de Eventos

Exemplos de eventos poderiam incluir: pushes para o GitHub ou para repositórios do DockerHub. Quando um projeto subscreve para um evento, o worker criado para este projeto irá ser carregado para executar o script do projeto. Manipuladores de eventos no script definem uma lógica específica para manipular os eventos correspondentes.

Este próximo script consiste de um manipulador de evento especificamente para o evento exec emitido pela linha de comando CLI brig. Se qualquer outro evento for gerado para este projeto, nenhuma ação irá ocorrer como não existe uma lógica definida para manipular este outro evento.

const { events } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  console.log("Hello, World!");

  // Optionally return a string and it will automatically be persisted
  // in the event's summary field.
  return "All done."
});

events.process();

02-first-event

Existem várias coisas para se entender neste script:

  • Importa o objeto events da biblioteca @brigadecore/brigadier. Quase todos scripts do Brigade fazem isso.
  • Declara um único manipulador de evento que fala “Quando um evento exec acontecer, rode esta função”.
  • Não estamos utlizando o objeto event neste script, mas nós iremos utilizá-lo em um exemplo futuro.
  • O manipulador de evento retorna uma string, a qual é opcional sumário do evento. Isto pode ser utilizado pelos gateways interessados em resultados ou outros contextos relacionados com o manipulador de eventos. O sumário apenas tem significado para o script e possivelmente o gateway – caso contrário, isto é opaco para o próprio Brigade.
  • Scripts com manipuladores de eventos definidos, como este aqui, precisa chamar events.process() depois de registrar todos manipuladores para que todos eventos sejam processados.

De forma similar ao nosso primeiro script, esta função de manipulador de evento exibe uma mensagem para o log, produzindo a seguinte saída:

$ brig event create --project first-event --follow

Created event "5b0bd00a-4f31-40da-ad01-0d2f62f4d70e".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-20T22:24:57.655Z INFO: brigade-worker version: a398ba8-dirty
Hello, World!

Nota: o sucesso/falha de um evento é determinado pelo código de saída do Worker executando o script. Se o script falhar ou apresentar um erro, o Worker irá suspender(exit) execução com um erro que não seja zero e seja considerado como uma falha.

Como os projetos podem subscrever para vários tipos de eventos(oriundos de várias fontes de código), definindo vários manipuladores de eventos nos seus scripts permite tipos de eventos diferentes serem manipulados de forma diferente.

Por exemplo, podemos expandir o exemplo acima para também prover um manipulador para o evento push do GitHub:

const { events } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  console.log("==> handling an 'exec' event")
});

events.on("brigade.sh/github", "push", async event => {
  console.log(" **** I'm a GitHub 'push' handler")
});

Agora, se executarmos novamente nosso comando brig, veremos a mesma saída que vimos anteriormente:

$ brig event create --project first-event --follow

Created event "6769b7fd-ddd0-4a42-aa17-723c02a2b61a".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-20T22:29:28.498Z INFO: brigade-worker version: a398ba8-dirty
Hello, World!

Desde que o evento que criamos foi oriundo da brigade.sh/cli e do tipo exec, apenas os manipuladores de eventos correpondentes foram executados. O manipulador para eventos oriundos do brigade.sh/github e do tipo push não foi executado.

Para mais informações leia a documentação dos Eventos e entenda como eventos são estruturados no Brigade.

Jobs e Containers

A imagem docker do worker é derivada da imagem do Node.js e os containers baseados nesta imagem podem executar JavaScript e TypeScript apenas. Se outros runtimes, tools, etc forem necessários para responder ao evento e não estiverem presentes na imagem do worker, a criação de um Job permite partes da manipulação do evento serem delegadas para um container mais apropriado e com uma imagem docker diferente do worker e definida no script.

A biblioteca Brigadier expõe a interface para definir e executar Jobs.

Na seção anterior, focamos em manipuladores de eventos que apenas logam mensagens. Nesta seção iremos atualizar o manipulador de evento para criar vários jobs.

Para começar vamos criar um Job simples que realmente não faz nada:

const { events, Job } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  let job = new Job("do-nothing", "debian", event);
  await job.run();
});

events.process();

A primeira coisa para perceber aqui é que nós alteramos a primeira linha. Além de importar o objeto events, nós também estamos importando Job. Job é a classe usada para criar todos os jobs no Brigade.

Em Seguida, dentro do nosso manipulador de evento exec, nos criamos um novo Job e passamos 3 parâmetros:

  • O name: O nome precisa ser único para todos os manipuladores de eventos e precisa ser composto de letras, números e dashes (-).
  • A image: Isso pode ser qualquer imagem que seu cluster possa encontrar. No caso acima nos usamos a imagem chamada debian, que é carregada diretamente do DockerHub.
  • O próprio event que este manipulador foi criado para processar

O Job é uma parte crucial do ecossistema do Brigade. Um container é criado utilizando a imagem docker definida pelo Job, e neste container é aonde realmente executamos e processamos o evento. No começo nos explicamos que vemos os scripts do Brigade como “shell scripts para o cluster”. Quando você executa um shell script, existe normalmente algum código que faz a chamada de um ou mais programas externos de uma forma específica.

#!/bin/bash

ps -ef "hello" | grep chrome

O script acima apenas organiza a maneira que nos chamamos dois programas pré existentes (ps e grep). Brigade faz a mesma coisa, com exceção que ao invés de executar programas, ele executa containers. Cada container é interpretado como um Job, que é um wrapper que entende como executar containers.

No nosso caso acima, criamos um Job chamado “do-nothing” que roda um container Debian Linux e, como o nome sugere, não faz nada.

Jobs são criados e executados em passos diferentes. Desta forma podemos fazer algumas configurações no nosso job(como veremos em seguida) antes de executá-lo.

Job.run()

Para rodar o job usamos o método run() da classe Job. Durante a execução deste comando, Brigade cria um novo debian container (carregando a imagem docker se for necessário), inicia o container e monitora. Quando o container termina sua execução, o comando “run” é finalizado.

É importante mencionar que o comando run() é assíncrono e na prática é apenas uma chamada para o servidor de API do Brigade pedindo para agendar a execução do job. Essa execução depende das restrições do Agendador, como por exemplo configurações do número máximo de Jobs concorrentes permitidos, a capacidade do ambiente de execução(cluster kubernetes), etc.

Além disso, perceba que o comando run() retorna imediatamente depois de agendar e a palavra chave await pode(e normalmente deveria) ser usada para bloquear outras execuções de script até que o job tenha terminado sua execução e esteja finalizado.

Se rodarmos o código abaixo, teremos uma saída parecida com isso:

$ brig event create --project first-job --follow

Created event "aa8fff14-0b8d-4903-9109-ccadc1d9d3fe".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-22T18:41:01.787Z INFO: brigade-worker version: 927850b-dirty
2021-09-22T18:41:02.130Z [job: do-nothing] INFO: Creating job do-nothing

Basicamente, nossa execução apenas criou um pod Linux Debian vazio que não tem nada para fazer e simplesmente finalizou imediatamente.

Adicionando Comandos nos Jobs

Para que nossos Jobs possam fazer algo a mais, podemos adicionar um comando neles. O comando pode então ser associado com uma lista de argumentos. O comando e sua lista de argumentos são adicionadas ao primaryContainer, que é o container rodando a imagem docker fornecida para o contrutor do Job, por exemplo: debian (Todo job terá um primaryContainer e zero ou mais sidecarContainers. Vamos entender melhor sobre sidecarContainers em outro exemplo mais a frente.)

const { events, Job } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  let job = new Job("my-first-job", "debian", event);
  job.primaryContainer.command = ["echo"];
  job.primaryContainer.arguments = ["My first job!"];
  await job.run();
});

events.process();

03-first-job

Um comando pode ser qualquer coisa que a imagem docker do Job suporte. No exemplo acima, nosso comando chama o binário echo e fornece argumentos.

Para múltiplos comandos, uma abordagem é aonde o array do command é composto de um elemento como ["/bin/sh"] ou ["/bin/bash"] e o primeiro elemento do array de arguments é "-c", seguidos por entradas compreendendo outros comandos shell necessários.

Entretanto, quando a contrução destes comandos se tornarem complicadas e complexas, recomendamos escrever um shell script e torná-lo disponível para ser executado (exemplo: colocando este shell script em um repositório git associado com o projeto ou adicionando o script em uma imagem docker customizada do Worker).

Vamos rodar este exemplo:

$ brig event create --project first-job --follow

Created event "046c09cd-76cb-49ea-b40c-d3e0e557de62".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-22T20:11:10.453Z INFO: brigade-worker version: 927850b-dirty
2021-09-22T20:11:10.909Z [job: my-first-job] INFO: Creating job my-first-job

Agora, para visualizar os logs do my-first-job precisamos executar o seguinte comando utilizando o ID gerado pelo evento.

$ brig event logs --id 046c09cd-76cb-49ea-b40c-d3e0e557de62 --job my-first-job

My first job!

Nota: job.run() irá criar um exceção se o job falhar. Adicionalmente, o sucesso/falha do job é determinado pelo código de saída do primaryContainer job.

Combinando jobs em uma pipeline

Agora podemos ir para o próximo passo e criar dois jobs que individualmente fazem alguma coisa.

const { events, Job } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  let job1 = new Job("my-first-job", "debian", event);
  job1.primaryContainer.command = ["echo"];
  job1.primaryContainer.arguments = ["My first job!"];
  await job1.run();

  let job2 = new Job("my-second-job", "debian", event);
  job2.primaryContainer.command = ["echo"];
  job2.primaryContainer.arguments = ["My second job!"];
  await job2.run();
});

events.process();

04-simple-pipeline

Neste exemplo criamos dois jobs (my-first-job e my-second-job). Cada job inicia um container Debian, imprime uma mensagem e finaliza. Como job1 usa await, job2 não irá executar até que o job1 finalize, então estes jobs implicitamente estão rodando sequencialmente.

Vamos rodar o exemplo e então visualizar os logs de cada job:

$ brig event create --project simple-pipeline

Created event "58e7d3cf-b7d2-4ab7-98ad-326a99f10a25".

$ brig event logs --id 58e7d3cf-b7d2-4ab7-98ad-326a99f10a25 --job my-first-job

My first job!

$ brig event logs --id 58e7d3cf-b7d2-4ab7-98ad-326a99f10a25 --job my-second-job

My second job!

Grupos de Job Serial e Concurrent

Agora que vimos um exemplo de projeto que roda múltiplos jobs, vamos dar uma olhada nos métodos que temos para especificar como os jobs rodam, exemplo: sequencialmente ou simultaneamente – ou, como veremos em seguida, uma combinação disso.

Por exemplo, podemos rodar duas sequências de jobs simultaneamente:

const { events, Job } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  let job1 = new Job("my-first-job", "debian", event);
  job1.primaryContainer.command = ["echo"];
  job1.primaryContainer.arguments = ["My first job!"];

  let job2 = new Job("my-second-job", "debian", event);
  job2.primaryContainer.command = ["echo"];
  job2.primaryContainer.arguments = ["My second job!"];
  
  let jobA = new Job("my-a-job", "debian", event);
  jobA.primaryContainer.command = ["echo"];
  jobA.primaryContainer.arguments = ["My A job!"];

  let jobB = new Job("my-b-job", "debian", event);
  jobB.primaryContainer.command = ["echo"];
  jobB.primaryContainer.arguments = ["My B job!"];

  await Job.concurrent(
    Job.sequence(job1, job2),
    Job.sequence(jobA, jobB)
  ).run();
});

events.process();

05-groups

Existem duas coisas para se perceber neste exemplo acima:

  1. Ambos métodos concurrent e sequence existem no objeto Job.
  2. O tipo de retorno para ambos os métodos é genérico “runnable”, exemplo: um objeto run() pode então ser chamado, da mesma forma que uma instância standard do Job.

Em seguida temos o descritivo de cada método:

  • Job.sequence() utiliza um array de objetos runnables (exemplo: um job ou um grupo de jobs) e executa cada um em sequência. Um novo objeto runnable é iniciado apenas quando o anterior finalizar. A sequência completa quando o último objeto runnable tiver finalizado (ou quando qualquer objeto runnable falhar). Um grupo sequencial se considera finalizado com sucesso ou com falha se todos os jobs foram bem sucedidos ou não.
  • Job.concurrent() utiliza um array de objetos runnables e executa cada um simultaneamente. Quando a execução é iniciada, todos os objetos runnables são iniciados simultaneamente (dependendo das restrições do agendador). Um grupo simultâneo finaliza quando todos os objetos runnables finalizarem. Um grupo simultâne se considera finalizado com sucesso ou falha se todos os jobs foram bem sucedidos ou não.

Como ambos os métodos retornam um objeto runnable, eles podem ser amarrados. Neste exemplo acima, job1 e job2 rodam em sequência, da mesma forma que jobA e jobB, mas ambas sequências rodam simultaneamente.

Esta é a maneira como desenvolvedores de script podem controlar a ordem na qual os grupos de jobs são executadas.

Por exemplo, se você utilizar Brigade para executar uma CI(integração contínua), você poderia desejar dividir verificações em aquelas que requerem mais recursos para serem processadas(exemplo: compilações demoradas, testes de integração) e aquelas verificações que requerem menos recrusos para serem processadas como(exemplo: linting, teste unitário). Ambos os grupos podem executar os jobs simultaneamente, mas os grupos rodam de forma sequencial eles mesmos, de forma que nenhuma verificação que necessita de mais recursos para serem processadas sejam executadas até que todas as verificações que requerem menos recursos já tenham sido processadas.

Rodando um script a partir de um repositório Git

Anteriomente discutimos como um projeto poderia ter um repositório Git associado. Vamos analisar um destes projetos agora.

apiVersion: brigade.sh/v2
kind: Project
metadata:
  id: git
description: A project with whose script is stored in a git repository
spec:
  eventSubscriptions:
  - source: brigade.sh/cli
    types:
    - exec
  workerTemplate:
    # logLevel: DEBUG
    configFilesDirectory: examples/06-git/.brigade
    git:
      cloneURL: https://github.com/brigadecore/brigade.git
      ref: refs/heads/main

06-git

Perceba que não existe script embutido nesta definição de projeto. De preferência, o projeto especifica a localização do diretório do arquivo de configuração do Brigade (configFilesDirectory) dentro do repositório configurado na seção git. (Se o diretório não for fornecido, a localização padrão será o diretório .brigade na raiz do repositório Git).

O diretório de configuração é aonde o script do Brigade é armazenado. Neste exemplo, o script brigade.js é simplesmente uma instrução console.log().

console.log("Hello, Git!");

Vamos rodar o exemplo:

$ brig event create --project git --follow

Created event "5ff386ed-060e-49fa-8292-0bade75f8840".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-22T21:38:10.667Z INFO: brigade-worker version: 927850b-dirty
Hello, Git!

Vamos discutir aqui o que acontece nos bastidores do Brigade quando criamos um evento para este projeto: Como o projeto tem um repositório Git associado, o Brigade automaticamente começa a buscar/clonar o repositório Git, o qual fica disponível para o worker que esta processando o script.

Por padrão, o conteúdo do repositório não é automaticamente montado nos jobs criados no script do projeto. Entretanto, você pode montar este conteúdo no job de uma forma muito simples, usando a configuração sourceMountPath do primaryContainer do Job.

O próximo exemplo mostra como um job pode ser configurado para acessar o repositório de forma que possamos executar um teste. Este exemplo também configura workingDirectory com os mesmo valor que sourceMountPath para que o job não precise se preocupar em alterar para o diretório apropriado antes de executar comandos:

const { events, Job } = require("@brigadecore/brigadier");
const localPath = "/workspaces/brigade";

events.on("brigade.sh/github", "push", async event => {
  let test = new Job("test", "debian", event);
  test.primaryContainer.sourceMountPath = localPath;
  test.primaryContainer.workingDirectory = localPath;
  test.primaryContainer.command = ["bash"];
  test.primaryContainer.arguments = ["-c", "make test"];
  await test.run();
})

events.process();

Poder associar um repositório Git com um projeto é uma maneira conviniente de prover controle de versão para os scripts do Brigade. Por Exemplo, en vez de embutir o script e outras configurações na definição do projeto, estes arquivos podem ser carregados do controle de código(Git).

Adicionalmente, esta funcionalidade faz o Brigade uma ótima ferramenta para executar CI pipelines, implantações, tarefas de empacotamento, testes de ponta a ponta e outras tarefas de DevOps para um dado repositório.

Trabalhando com Evento e Dados do Projeto

Como vimos, o objeto evento é sempre passado para o manipulador de evento. Esse objeto também inclui dados do projeto. Vamos olhar nos dados que temos acesso.

O evento do Brigade

A partir do evento podemos descobrir o que disparou o evento, quais dados foram enviados, os detalhes do worker responsável por executar o evento e muito mais.

Aqui estão alguns campos notáveis do objeto do evento:

  • id é um ID único por evento. Toda vez que um novo evento é disparado, um novo ID é gerado.
  • project é o projeto que foi registrado para manipular esse evento. Iremos olhar nos campos acessíveis neste objeto abaixo.
  • source é a fonte do evento. O comando brig event create por exemplo, definiria fonte para brigade.sh/cli.
  • type é o tipo do evento. Um evento de Pull Request do GitHub, por exemplo, definiria o tipo para pull_request.
  • payload restrições em qualquer informação que o serviço externo enviou quando disparou o evento. Por exemplo, um comando push num repositório GitHub gera um evento push do GitHub. Payload é uma unparsed string.
  • worker é o worker do Brigade atribuído para manipular o evento. Entre outras coisas, detalhes do git como o commit(ID da revisão) e a URL para clonar podem ser encontrados neste objeto.

Para um visão geral do objeto do evento fornecido pela biblioteca brigadier, leia the Brigadier documentation.

O Projeto

O objeto (event.project) nos dá os seguintes campos:

  • id é o ID do projeto.
  • secrets é o key/value map dos segredos definidos no projeto. Eles são definidos através do comando brig secret set (mais informações em Guia dos Segredos for more info).

Usando Objetos dos Eventos e Projetos

Vamos olhar para alguns exemplos que utilizam dados do evento e do projeto.

O primeiro exemplo extrai o payload do objeto do evento e imprime no console:

const { events } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  console.log("Hello, " + event.payload + "!");
});

events.process();

07-first-payload

Quando criamos um evento com payload no script acima, veremos uma saída assim:

$ brig event create --project first-payload --payload "Brigade" --follow

Created event "05e31d97-945b-4727-b710-7d983d137d40".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-23T16:25:29.761Z INFO: brigade-worker version: 927850b-dirty
Hello, Brigade!

Podemos atualizar o exemplo para imprimir o ID do projeto também.

const { events } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  console.log("Project: " + event.project.id);
  console.log("Hello, " + event.payload + "!");
});

events.process();

A seguinte saída é gerada:

$ brig event create --project first-payload --payload "Brigade" --follow

Created event "b45720c4-115c-4c9b-b668-a872479f2210".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-23T16:30:29.267Z INFO: brigade-worker version: 927850b-dirty
Project: first-payload
Hello, Brigade!

Note que alguns dados dos eventos e projetos deveriam ser tratados com cuidado. Coisas do tipo event.project.secrets ou event.worker.git.cloneURL não podem ser o tipo de informação que você, por acidente, mostre ou imprima. Por exemplo, confira o Guia de Segredos em como manipular os segredos utilizados em seus scripts de forma segura.

Armazenamento no Worker e Workspace compartilhado

O Brigade oferece a abilidade para configurar armazenamento para o worker que pode então compartilhá-lo com os jobs. Esta funcionalidade não é habilitada por padrão e precisa ser configurada na seção workerTemplate da definição do projeto, bem como em cada job onde o script precise ter acesso ao workspace.

Um exemplo para demonstrar o uso de Workspaces compartilhados

Primeiramente, o campo useWorkspace no workerTemplate da definição do projeto deve ser definido para true:

workerTemplate:
  useWorkspace: true

Em seguida, para cada job usar o workspace compartilhado, forneça um valor para o campo workspaceMountPath no primaryContainer do job:

const { events, Job } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  let job1 = new Job("first-job", "debian", event);
  job1.primaryContainer.workspaceMountPath = "/share";
  job1.primaryContainer.command = ["bash"];
  job1.primaryContainer.arguments = ["-c", "echo 'Hello!' > /share/message"];
  await job1.run();

  let job2 = new Job("second-job", "debian", event);
  job2.primaryContainer.workspaceMountPath = "/share";
  job2.primaryContainer.command = ["cat"];
  job2.primaryContainer.arguments = ["/share/message"];
  await job2.run();
});

events.process();

08-shared-workspace

$ brig event create --project shared-workspace

Created event "2eee9044-4469-49bd-a58b-aa659951a502".

$ brig event logs --id 2eee9044-4469-49bd-a58b-aa659951a502 --job second-job

Hello!

Nota: Armazenamento compartilhado depende do seu cluster Kubernetes e a disponibilidade de uma tipo correto de “storage class”. Leia a página Armazenamento da documentação para mais informações sobre requerimentos do cluster.

Sidecar containers

Jobs podem opcionalmente serem configurados com um ou mais sidecar containers, que rodam junto ao container primário do job. Todos os sidecar containers serão finalizados pouco tempo depois que o container primário do job finalize. Algumas notas adicionais:

  • Independentemente se o sidecar containers exista, o sucesso ou falha do job continua sendo determinado exclusivamente pelo código de saída de seu container primário.
  • Todos os containers rodam na mesma “local network interface”, possibilitando os processos escutarem conexões de rede em qualquer um deles para fazer seu processamento.
  • Brigade não entende do relacionamento entre seus containers e portanto não conseguem coordenar o seu inicio. Se, por exemplo, um processo no container primário deva aguardar até que algum outro processo suplementar num sidecar container esteja iniciado, rodando e escutando por conexões. Então os autores de script precisam levar em consideração esses fatores.

Como exemplo, vamos considerar um manipulador de evento que necessite executar testes, mas também precisa prover um banco de dados necessário para os testes. O Banco de dados poderia ser executado como um sidecar container enquanto o container primário do job se preocupa em rodar os testes.

Outro caso de uso é um Job que necessita de uma Docker daemon. A maneira mais segura de fazer isso é rodando Docker-em-Docker (DinD), por exemplo: iniciando o daemon em um container que possa então ser usado como necessário. Um sidecar container é a perfeita aplicação para se iniciar o daemon desejado enquanto o container primário do job manipula as tarefas em mãos.

Vamos dar uma olhada neste último exemplo e introduzir configurações adicionais necessárias para este cenário.

Docker-em-Docker

Containers em Docker-em-Docker (DinD) precisam executar como “privilegiado” para que funcionem apropriadamente. Eles também necessitam ser autorizados a nível de projeto para que os jobs rodarem como “privilegiados”. O padrão é este comportamento não ser permitido ou aprovado.

Este é um exemplo de configuração de projeto que permite containers rodarem em modo privilegiado:

workerTemplate:
  jobPolicies:
    allowPrivileged: true

Cada container do job precisando executar neste modo precisa também adicionar uma configuração explícita. No exemplo abaixo, o sidecar container docker possui o campo privileged configurado para “true”, enquanto o container primário não possui:

const { events, Job, Container } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  let job = new Job("dind", "docker:stable-dind", event);
  job.primaryContainer.environment.DOCKER_HOST = "localhost:2375";
  job.primaryContainer.command = ["sh"];
  job.primaryContainer.arguments = [
    "-c",
    // Wait for the Docker daemon to start up
    // And then pull the image
    "sleep 20 && docker pull busybox"
  ];

  // Run the Docker daemon in a sidecar container
  job.sidecarContainers = {
    "docker": new Container("docker:stable-dind")
  };
  job.sidecarContainers.docker.privileged = true

  await job.run();
});

events.process();

Esta é a saída da criação de um evento e depois chamamos o comando de visualização dos logs do job:

$ brig event create --project dind --follow

Created event "94d0fcd5-61dc-49be-bb81-3e5784e66a4a".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-23T19:00:08.915Z INFO: brigade-worker version: 927850b-dirty
2021-09-23T19:00:09.428Z [job: dind] INFO: Creating job dind

$ brig event logs --id 94d0fcd5-61dc-49be-bb81-3e5784e66a4a --job dind

Using default tag: latest
latest: Pulling from library/busybox
24fb2886d6f6: Pulling fs layer
24fb2886d6f6: Verifying Checksum
24fb2886d6f6: Download complete
24fb2886d6f6: Pull complete
Digest: sha256:52f73a0a43a16cf37cd0720c90887ce972fe60ee06a687ee71fb93a7ca601df7
Status: Downloaded newer image for busybox:latest
docker.io/library/busybox:latest

Perceba que também podemos observar os logs do sidecar container do job:

$ brig event logs --id 94d0fcd5-61dc-49be-bb81-3e5784e66a4a --job dind --container docker

time="2021-09-23T19:00:11.230907700Z" level=info msg="Starting up"
...

Acessando o socket do host do Docker

Por questões de segurança, é recomendando que você utilize Docker-em-Docker (DinD) ao invés de usar o socket do Docker diretamente.

Entretanto, cada job também tem a opção de montar o socket do docker. Quando habilitado, o socket do docker presente no Node do Kubernetes que esta rodando o Pod do Job é montado no diretório do container do job chamado /var/run/docker.sock. Isto é normalmente apenas requerido para “Docker-out-of-Docker” (“DooD”) cenários onde o container precisa usar o Docker daemon do Host. Esta prática é altamente desencorajada para quase todos os casos de uso.

Para que o socket seja montado, o projeto do Brigade deve ter o campo allowDockerSocket da seção jobPolicies da especificação do worker definida como true. O padrão é false, não permitindo o uso do socket do docker host.

Este exemplo de configuração de projeto habilita este recurso:

workerTemplate:
  jobPolicies:
    allowDockerSocketMount: true

Adicionalmente, o job deve declarar sua necessidade de um socket docker alterando a configuração useHostDockerSocket no seu primaryContainer para “true”:

const { events, Job } = require("@brigadecore/brigadier");

events.on("brigade.sh/cli", "exec", async event => {
  let job = new Job("dood", "docker", event);
  job.primaryContainer.useHostDockerSocket = true;
  job.primaryContainer.command = ["docker"];
  job.primaryContainer.arguments = ["ps"];
  await job.run();
});

events.process();

Esta é a saída quando criamos um evento para o script acima:

$ brig event create --project dood --follow

Created event "283be00c-5481-43ae-8634-bd9bd194488b".

Waiting for event's worker to be RUNNING...
2021-09-23T19:50:27.796Z INFO: brigade-worker version: cfa7e5e-dirty
2021-09-23T19:50:27.994Z [job: dood] INFO: Creating job dood

$ brig event logs --id 283be00c-5481-43ae-8634-bd9bd194488b --job dood

CONTAINER ID   IMAGE                         COMMAND                  CREATED          STATUS                  PORTS     NAMES
68ab8fa3f395   docker                        "docker ps"              1 second ago     Up Less than a second             k8s_dood_283be00c-5481-43ae-8634-bd9bd194488b-dood_brigade-2450aa5d-80be-442b-bdd2-425a4d85c3e9_e2bb2688-8362-4824-91a0-797d0396ba04_0
...

Nota: Nem todos os provedores de cluster Kubernetes usam Docker como seu “container runtime”. Por exemplo, KinD utiliza containerd e o socket do Docker não esta disponível. Novamente informamos que Docker-em-Docker DinD é a forma preferida quando o socket é necessário.

Conclusão

Este guia cobre o básico de como escrever scripts do Brigade. Veja aqui alguns links adicionais para leitura:

  • Se você deseja mais detalhes sobre a interface Brigadier JS/TS API, veja a documentação do Brigadier.
  • Para exemplos de scripts e técnicas mais avançadas, leia a documentação Guia de Scripting Avançado
  • Examine os outros exemplos de projetos/scripts no diretório de Exemplos. Existem exemplos de projetos usando npm, yarn, TypeScript e muito mais.

Felicidades Scripting!